Entrevista da terça #5

4 de junho de 2024 - 16:56

A cada terça-feira uma nova conversa: com gente que trabalha no Idace ou não, mas que leva a luta no campo como bandeira. Que pensa a reforma agrária como uma urgência para um mundo mais igualitário, que faz do trabalho no campo um modo de relação saudável com a natureza e as gerações porvir. Essa é a nossa terceira entrevista. Acompanhe!

Trabalhando no Idace desde quando o órgão ainda se chamava Iterce – Instituto de Terras do Ceará, Francisco Vasconcelos, assim como outros colegas da ativa, carrega consigo a memória de muitos momentos do trabalho de regularização fundiária no Ceará.

Formado em Engenharia Agronômica, Vasconcelos tem acompanhado a luta pela terra e a dedicação que trabalhadoras e trabalhadores rurais dedicam para conquistar seu pedaço de chão. Ainda nos anos 80, passou alguns anos no interior do Estado como Coordenador de Núcleos Fundiários, cuja atribuição principal era de dar assistência às famílias de trabalhadores rurais.

Atualmente está compondo a equipe da Gerência de Desenvolvimento Fundiário (Gedef), Gerência ligada à Diretoria Técnica e de Operações, a diretoria que concentra o maior número de funcionários no órgão e dirigida por Paulo Henrique Magalhães Lobo. Para ele, “As atividades desenvolvidas por essa Gerência têm uma importância valiosa para o desenvolvimento das atividades do órgão”. Confira abaixo a entrevista completa.

1. Como foi sua trajetória no Idace?
Sou formado em Engenharia Agronômica pela Universidade de Brasília-UnB, em 1981. No ano de 1982, ingressei no Instituto de Terras do Ceará-Iterce, hoje Idace. Trabalhei alguns anos no interior do Estado do
Ceará como Coordenador de Núcleos Fundiários, cuja atribuição principal era de dar assistência às famílias de trabalhadores rurais que reivindicavam a posse da terra e tiravam seu sustento através de uma agricultura de subsistência.

Retornei a Fortaleza no final da década de 90, para o Idace e mais tarde fui convidado para trabalhar na Secretaria do Desenvolvimento Agrário-SDA, onde passei 14 anos como Ouvidor e mediador de conflitos
agrários. Em seguida assumi a Coordenadoria de desenvolvimento e planejamento. De volta ao Idace, fui lotado na Gerência de Desenvolvimento Fundiário-Gedef, mais especificamente no Núcleo de Apoio a Assentamentos e Reassentamentos Rurais e Obtenção de Terras-NUART. As atividades desenvolvidas por essa Gerência têm uma importância valiosa para o desenvolvimento das atividades do órgão.

2. Como você observa o impacto do trabalho do Idace ao longo dos anos em que você trabalha aqui?
Sempre positivo. A satisfação do seu público meta (trabalhadores rurais), tem aumentado bastante principalmente com a implantação de sua nova estrutura organizacional. O leque de atividades tem alcançado um público bem maior que necessita do Idace para ter suas demandas concretizadas, tanto na obtenção de terras, implantação de melhorias e assistência aos assentamentos rurais. Falo dos Povos e das Comunidades Tradicionais (os PCTs), que são hoje também atendidas pelo órgão.

3. Pensando nesse lastro temporal, quais as forças que você observa mais presentes no campo? Em outras palavras: quais as potencialidades das pessoas que estão trabalhando no campo?
É difícil mensurar, mas a força de trabalho de cada técnico de campo é vista em cada pingo de suor em seus rostos, por todos aqueles que de uma forma ou de outra tem a certeza de que sua demanda será concretizada. Isto é visto em cada trabalhador, em cada trabalhadora rural assistido pelo Idace, que tem feito, com muita dedicação, a política agrária no Estado do Ceará.