6º Idace Debate reúne lideranças PCTs

28 de setembro de 2023 - 17:24

Texto: Júlia Lopes, Augusto Brandão / Fotos: Breno César

A sexta edição do evento aconteceu na manhã desta quinta-feira, 28/9, na sede do Idace

A liderança das pescadoras artesanais Martilene Rodrigues, Leno Farias dos povos de terreiros e José Eudo, representante dos ciganos, para debater as lutas de cada um pelo direito à terra e ao território, além do respeito às suas identidades e culturas. O debate foi coordenado pela jornalista e coordenadora de Comunicação do Idace, Júlia Lopes.

Ao falar da luta dos pescadores e pescadoras artesanais, Martilene Rodrigues, destacou o projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, tratando da regularização fundiária de comunidades pesqueiras. Disse ser uma luta antiga, que espera ser resolvido o mais breve possível. Ao criticar a criação das economias que se dizem sustentáveis, Marilene disse que essa “é mais uma política de exclusão dos pescadores.“ Entende que os desafios são muitos, mas é necessário lutar também por “água, por cultura”, além de terra e território. Nesse contexto, Martilene fez questão de destacar o papel da mulher pescadora que também está na luta por melhoras condições de vida.


Ao dizer que “somos diferentes” Leno, que é ogan do Ilê Axé Omindá, frisou que o racismo é o principal obstáculo enfrentado não apenas pelos povos de terreiro, mas por todos os povos ancestrais e tradicionais, como pescadores e ciganos. E esse racismo “precisa ser rompido”. Os terreiros, explicou, também são áreas produtivas onde são cultivados alimentos no contexto da agricultura familiar. Citou como exemplos criação de galinhas para produção de ovos e plantios de alimentos de subsistência, bem como o armazenamento de sementes.

Ao dizer que o cigano sofre desde o começo do mundo, José Eudo falou um pouco da sua história de viver escondido por medo de perseguições. Atualmente as coisas mudaram um pouco e “hoje é uma honra estar aqui entre vocês”. Esse acolhimento vai permitir lutar por assentamento para os povos ciganos, bem como postos de saúde e outras melhorias para as comunidades existentes em cerca de 80 municípios cearenses.